Coletivo cultural oferece aulas na periferia e une moradores com obra sustentável; VÍDEO
Coletivo promove curso de bioconstrução na periferia de Araraquara Em um terreno de 4,5 mil m² no Parque Residencial Valle Verde, na periferia de Araraquara ...

Coletivo promove curso de bioconstrução na periferia de Araraquara Em um terreno de 4,5 mil m² no Parque Residencial Valle Verde, na periferia de Araraquara (SP), moradores daquela regi encontram aos finais de semana a fim de compartilhar conhecimento e debater políticas de inclusão. Crianças, jovens e adultos participam da ação promovida pelos Coletivo Cangaço Cultural e Coletivo Odara, que oferecem curso de bioconstrução naquele espaço, propriedade da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O projeto faz parte da pós-ocupação do programa "Minha Casa Minha Vida", da Zona Norte. 📱 Siga o g1 São Carlos e Araraquara no Instagram No mesmo terreno, a universidade tem prevista a construção de um centro para formação de empreendedores. (entenda abaixo) Além do movimento, intitulado "Bioconstruindo na Quebrada", o coletivo também disponibiliza atividades gratuitas à população durante a semana. A lista inclui aulas gratuitas de teatro, capoeira e filosofia. Atualmente, moradores e voluntários atuam no terreno para a construção de um quiosque que será a sede do grupo. "A ideia de fazer um curso de bioconstrução extrapola a nossa necessidade de uma construção. Ela é a transmissão de saber e da oralidade, bem como do conhecimento de algumas tecnologias que foram usurpadas da gente", afirma o líder comunitário Flávio Rodrigues da Silva, um dos responsáveis pelo coletivo. Crianças participam de curso de bioconstrução na zona Norte de Araraquara Coletivo Cangaço Cultural Mais notícias da região: EDUCAÇÃO: veja como usar simulados para se preparar para vestibulares RANKING: Unesp é eleita a 6ª melhor universidade da América Latina; veja os cursos dos 24 campi ANÁLISE: Tecnologia detecta metanol nas bebidas em 1 minuto em São Carlos 🧱 Proposta do espaço Segundo o líder comunitário, a ideia é que o quiosque seja inaugurado até o fim de outubro. Mas não para por aí: o coletivo também prevê outras obras para a comunidade, incluindo uma horta e uma marmitaria ecológicas. Promovendo abordagem sustentável para edificações, o curso de bioconstrução acontece aos sábados e aos domingos, das 9h às 17h, e está aberto a toda população no cruzamento entre a Avenida Bercholina Alves Carvalho Conceição e a Rua Maria do Carmo Ferreira Granato. A iniciativa faz parte de um acordo de pós-ocupação firmado pelo coletivo através do programa "Minha Casa, Minha Vida". "Aqui a gente divide as dores e as alegrias junto. A gente consegue tanto fazer o 'trampo' acontecer por conta da galera que está pela mobilização, que evolui para outras discussões. A ideia de fazer um curso de bioconstrução extrapola a nossa necessidade de uma construção. É a transmissão do saber, da oralidade e de algumas tecnologias que foram usurpas da gente", ressalta Flávio. Ao longo das aulas, já foram abordados assuntos como carpintaria e construção de telhado verde e de pau a pique, mais conhecido como taipa de mão. Nas próximas semanas, a iniciativa passará por temas como bacia de evaporação e jardim de chuva. O próximo curso será o de agroecologia, prática que promove sistemas agrícolas e alimentares saudáveis. As aulas começam nos dois últimos finais de semana de novembro e vão até as duas primeiras semanas de dezembro. 🎭 Atividades culturais Além dos cursos, o coletivo também promove aulas de arte e educação (música, dança e arte visuais) e de capoeira no terreno aos sábados. Já de segunda a sexta-feira, as atividades acontecem no estacionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Valle Verde, na Rua Henrique João Baptista Crisci, nº 1.160. Confira os horários: Segunda-feira Muay thai: 19h Jiu jistsu: 20h Terça-feira Teatro: 19h Capoeira angola: 20h Quarta-feira Leiturada: 19h Muay thai: 20h Quinta-feira Capoeira angola: 19h Jiu jitsu: 20h Sexta-feira Filosofia para crianças: 18h30 Muai thay: 19h30 Sábado (terreno na Rua XX) Arte e educação: 9h Capoeira angola musicalização: 14h A ideia é que, após as conclusão das obras, todas as atividades culturais sejam realizadas no terreno. 🏫 Atuação da universidade O terreno foi cedido pela Prefeitura de Araraquara (SP) à Unesp por meio de decreto em 2024. Após firmar acordo com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finepe), a instituição vai atuar no local por meio de duas frentes. A primeira consiste na transmissão de conhecimentos do empreendedorismo a moradores de baixa renda; e a segunda, por meio de atividades de extensão que envolvam estudantes da universidade. O professor Sérgio Vicente Fonseca, do Departamento de Administração Pública da Faculdade de Ciências e Letras, está à frente das negociações para aquisição de seis contêineres que receberão aulas de formação técnica e empreendedora. “Três desses [contêineres] serão para a incubação de jovens na ‘quebrada’, como aprendizes de marceneiro e serralheiros, sendo o terceiro para incubação de mulheres como empreendedoras em processamento e gerenciamento dos alimentos da horta que vamos plantar lá no terreno”, explica o docente. Os outros contêineres, afirma Fonseca, serão dedicados a atividades de extensão curricular dos estudantes universitários, conforme exigência do Ministério da Educação (MEC). Ainda de acordo com o professor, as atividades também envolverão estudantes de todas as unidades da Unesp de Araraquara, possibilitando a disseminação do conhecimento e de bem-estar aos moradores. “Um dos contêineres receberá um consultório odontológico, através dos alunos da Faculdade de Odontologia. Em uma outra frente de atuação, vamos plantar uma mini-horta com ervas fitoterápicas, para estudantes de Farmácia. Nossos estudantes de Letras, Ciências Sociais, Administração Pública e Economia vão trabalhar questões de educação ambiental e educação cidadã”, ressalta. “É um papel de realizar, lá na 'quebrada', um diálogo com a comunidade. [...] Como diria Paulo Freire, é uma relação dialógica e de fortalecimento de ambos os lados”, conclui o professor. A previsão é de que os contêineres estejam instalados até dezembro. As aulas de capacitação, conforme o docente, devem começar até março de 2026. Curso de bioconstrução é realizado na periferia de Araraquara Coletivo Cangaço Cultural REVEJA VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara